segunda-feira, 16 de maio de 2011

SUA EXCELÊNCIA, A SENHORA "PRESIDENTA" DILMA

Agora, o Diário Oficial da União adotou o vocábulo presidenta nos atos e despachos iniciais de Dilma Rousseff.
As feministas do governo gostam de presidenta e as conservadoras (maioria) preferem presidente, já adotado por jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão. Na verdade, a ordem partiu diretamente de Dilma: ela quer ser chamada de Presidenta. E ponto final.

Acompanhe abaixo o que diz a lingua portuguesa:

No português existem os particípios ativos como derivativos verbais.
Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante.
Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha.
Se diz capela-ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".

Um bom exemplo seria:
"A presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta pensando ser eleganta por ser agora a representanta. Esperamos vê-la sorridenta, numa capela - ardenta, pois esta dirigenta, em atitude barbarizenta, não tem o direito de violentar o português, só para ficar contenta."

Um comentário:

Vera Silva disse...

A utilização da palvra Presidenta decorre da Lei n.º 2749, de 2 de abril de 1956, que «dá norma ao gênero dos nomes designativos das funções públicas», critério adotado por Luiz Autuori e Oswaldo Proença em "Nos garimpos da linguagem. Assim, verificamos que prefeito e juiz não se encontram aí registrados (do que se depreende que manteriam a mesma forma no feminino) e retiramos da lista aí apresentada os seguintes casos de formação de feminino de cargos públicos:
capitão → a capitã ou capitoa
chefe → chefa
cônsul → consulesa
deputado → deputada
desembargador → desembargadora
escrivão → escrivã
general → generala
marechal → marechala
ministro → ministra
presidente → presidenta
senador → senadora e senatriz
No entanto, verificámos que o Dicionário de Masculinos e Femininos assinala prefeita como feminino de «prefeito, chefe do poder executivo municipal», explicitando com a seguinte abonação retirada do Jornal Correio da Manhã, de 15-X-1958: «(Dona Jandira de Souza) foi eleita com 1107 votos e será a primeira prefeita da Bahia» e, também, «juíza», como «mulher com cargo ou função de juiz».
Relativamente aos cargos públicos, há a assinalar, ainda, alguns casos, focados na Nova Gramática do Português Contemporâneo, que fazem a diferença: o termo embaixador prevê, convencionalmente, dois femininos: embaixatriz (a esposa do embaixador) e embaixadora (funcionária chefe de embaixada).
Convém recordar, também, que «os substantivos terminados em -e são geralmente uniformes (exceto abade, barão, conde, diácono, duque e sacerdote) [e] essa igualdade formal para os dois generos é quase que absoluta nos finalizados em -nte, de regra originários de particípios presentes e de adjectivos uniformes latinos, excetuando-se um pequeno número que, à semelhança da substituição -o (masculino) por -a (feminino)», como é o caso de «governante → governanta, infante → infanta, mestre → mestra, monge → monja, parente → parenta» (idem, p. 105).
É natural, pois, que nos casos dos substantivos comuns de dois gêneros, ou seja, os que «apresentam uma só forma para os dois gêneros», se distinga o masculino do feminino pelo gênero do artigo ou de outro determinativo acompanhante, como é o caso de «o agente → a agente, o gerente → a gerente» (idem, p. 196).
1 Luiz Autuori e Oswaldo Proença, Nos Garimpos da Linguagem, 4.ª ed., Ed. Livraria São José, 1959.
2 Aldo Canazio, Dicionário de Masculinos e Femininos, Rio de Janeiro, Liv. Freitas Bastos, 1960.
3 Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 17.ª ed., Lisboa, Sá da Costa, 2002.



BASE DA LEGISLAÇÃO FEDERAL DO BRASIL
LEI 2.749/1956 (LEI ORDINÁRIA) 02/04/1956 00:00:00


Situação:NÃO CONSTA REVOGAÇÃO EXPRESSA

Chefe de Governo:JUSCELINO KUBITSCHEK

Origem:

Fonte:DOFC 05 04 1956 006457 1

Link:Texto integral não disponível

Ementa:DA NORMA AO GENERO DOS NOMES DESIGNATIVOS DAS FUNCOES PUBLICAS.

Referenda:MARE

Alteração:



Correlação:



Interpretação:

Veto:

Assunto:

Classificação de Direito: